Tratado do Primeiro Princípio

Este tratado, escrito pelo franciscano inglês no fim da sua vida, constitui uma síntese definitiva da sua teologia filosófica. Dispersa no Ordinatio, a metafísica escotista está presente nos seus elementos essenciais e de forma mais sistemática no Tratado do Primeiro Princípio. As duas primeiras partes utilizam todos os elementos necessários à demonstração da existência de Deus como primeiro princípio. A terceira demonstra a sua tripla premência: elevação, perfeição, causa final e eficiente. Finalmente, na quarta parte, o tratado culmina com a demonstração da simplicidade do primeiro princípio, da sua inteligência e sobretudo da sua infinidade.

Duns Escoto insiste na liberdade de Deus. Desta acentuação da liberdade, decorrem o primado da vontade sobre o entendimento, uma nova apreciação da contingência e uma nova concepção do indivíduo. Tudo em oposição ao tomismo.

O extremo rigor das suas etapas, o seu método quase axiomático, a sua vontade de conciliar necessidade científica e experiência, fazem do Tratado do Primeiro Princípio uma etapa capital da história da teologia filosófica, na sua tentativa de demonstração do ser do primeiro princípio ou da existência de Deus.